sábado, 20 de junho de 2009

Zé Português, Beirão da Alemanha

Quem conhece um pouco da história de Portugal durante o Estado Novo e tem conhecimento das artimanhas de Salazar para manter o país de “bem com o mundo”, lembra, concerteza, o tráfico de volfrâmio.

E é sobre este minério que a trama de “O Último acto em Lisboa”, de Robert Wilson, se desenrola. Wilson, que vive no alentejo há alguns anos, revela nesta obra todo o conhecimento que tem de Portugal e da sua história.

Este livro relata-nos duas histórias paralelas, apesar de vividas em tempos diferentes. Em 1941, Klaus Felsen, proprietário de uma fábrica de Berlim, vê-se obrigado a alistar-se nas SS e tem como missão conseguir o maior número de volfrâmio possível para o Fuher; No final dos anos 1990, Zé Coelho, inspector da PJ, investiga o assasinato de uma adolescente em Lisboa.

Ao longo do livro, percebe-se o encandeamento destas duas histórias e a forma absolutamente brilhante com que Wilson nos revela paradigmas, vidas e acasos, deixa-nos verdadeiramente envolvidos numa obra que não apetece largar e que revela um pouco das fraquezas, mistérios e opções de homens simples e/ou perversos.

Acabei de ler “O último acto em Lisboa” há minutos e quero, tenho(!), de ler mais Robert Wilson. Vou a correr à livraria e já volto...

PS. Uma palavra para a capa do livro, nesta edição D. Quixote. Das piores que me lembro. Cruzes, canhoto...

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